NA CAPITAL DA RESISTÊNCIA: A PRESENÇA VIVA DA TERRA INDÍGENA GUARITA NO ATL 2025

POR INSTITUTO SÃPE BRASÍLIA, ABRIL DE 2025

Sob o céu vasto do Planalto Central, onde os ventos da história sopraram forte ao longo de uma semana intensa, a capital, foi mais uma vez, o coração pulsante da luta indígena no Brasil, a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), que ocorreu entre os dias 07 a 11 de abril.

Onde mais de sete mil vozes dos povos originários transformaram Brasília em uma aldeia viva, plena de cores, cantos, discursos e resistência, entre eles, uma delegação que irradiava força, ancestralidade e esperança, composta por estudantes, acadêmicos, professores e lideranças, a delegação da T.I. Guarita percorreu milhares de quilômetros para reafirmar, em uníssono com tantos outros, que “nosso futuro não está à venda”.

Enquanto a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) celebrava 20 anos de luta, a presença dos nossos jovens reafirmava a dualidade kaingang dos jamrés kamẽ e kanhru. Sua participação não foi apenas simbólica, foi marcante, nos corredores empoeirados, nas marchas pelas largas avenidas de Brasília, seu grito se fez ouvir, se fez presente, se fez ponte entre o passado de sabedoria.

O Cacique Valdonês Joaquim responsável pela delegação destacou: “É nosso dever garantir que as vozes do nosso povo sejam ouvidas. Essa participação no ATL foi um ato de reafirmação, de presença e de luta por um futuro justo para os povos indígenas.”

Já a Presidenta do Instituto Sãpe, Sara karigka que tambem viabilizou a viagem, completou: “A nossa presença neste espaço histórico, representa a força da nossa comunidade quando caminhamos juntos, juventude, mulheres e lideranças com um só propósito: é para garantir o direito de existir com dignidade e respeito.”

O ATL 2025 denunciou, com clareza, o maior ataque institucional aos direitos indígenas desde a Constituição de 1988, a carta final do evento foi um grito coletivo contra projetos que ameaçam a vida: combustíveis fósseis, hidrelétricas invasoras, leis anti-indígenas e um modelo de desenvolvimento que despreza a sustentabilidade.

A semana foi também uma celebração da força ancestral, da memória viva, alem da bagagem ali estava a sabedoria dos mais velhos e a coragem dos mais jovens, atestaram, a cada gesto, que defender os direitos indígenas é defender o Brasil que ainda pode ser diverso, justo, sustentável.

Quando as fogueiras do ATL se apagaram e os passos retornaram às aldeias, uma certeza permaneceu entre aqueles que viveram essa experiência: a Terra Indígena Guarita não apenas participou ela marcou, inspirou, deixou sementes de luta por onde passou. E no chão vermelho de Brasília, ecoa ainda a mensagem dos filhos do pampa, de lança e flecha na mão: o futuro é indígena e ele já começou.

 

 

Fotos: Divulgação

Rádio Planeta FM

 

 

 

Comentários