PLANTIO DO TRIGO PASSA DOS 37% DA ÁREA PREVISTA PARA O RS NESTA SAFRA

As condições climáticas na semana passada possibilitaram o avanço da semeadura do trigo na maioria das regiões produtoras, atingindo, para o Rio Grande do Sul, média superior a 37% da área prevista para esta safra, que, conforme estimativas iniciais divulgadas na segunda-feira (16/06) pela Emater/RS-Ascar, é de 1.198.276 hectares, o que representa uma área cerca de 10% menor que a passada. Ainda para o trigo, a estimativa inicial de produtividade é de 2.997 kg/ha, um aumento de 7,77% em relação ao período anterior. Com as chuvas intensas deste período, o plantio do trigo deve recuar, aguardando níveis de umidade no solo mais favoráveis.

 

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quarta-feira (18/06), na região administrativa de Santa Rosa, a semeadura do trigo avançou para 52% da área estimada. Na de Pelotas, alcançou 55% dos 13.430 hectares estimados para esta safra, enquanto que na região de Santa Maria, os produtores aguardam melhores condições climáticas para realizara a semeadura na maioria dos municípios. Em Tupanciretã, município com maior área destinada à cultura do trigo, 30% das lavouras estão implantadas. Em Capão do Cipó, 50% dos 8.400 hectares estimados foram semeados, e em Santiago a área semeada atingiu 80% dos 6.000 hectares previstos.

 

Canola - Destaque da Safra de Inverno 2025, a canola tem a semeadura bastante avançada, sendo que algumas lavouras já estão florescendo, como é o caso da região de Santa Rosa, com 18% da área semeada (97% da previsão inicial) em floração. A cultura tem sido uma alternativa importante para a safra de inverno no Rio Grande do Sul, e apresenta adequado desenvolvimento e problemas fitossanitários pontuais. Segundo a Emater/RS-Ascar, a estimativa inicial de área a ser cultivada no Estado é de 203.206 hectares, e a produtividade é de 1.737 kg/ha, representando aumento de 37,41% e 22,56%, respectivamente, em relação à safra passada.

 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, 100% da área prevista com a cultura da canola está semeada, sendo Erechim o município com maior área destinada ao cultivo, com 232 hectares. Na região de Passo Fundo, a área estimada para o cultivo aumentou para 6.000 mil hectares. Na de Soledade, 100% dos cerca de 3.000 hectares foram semeados. As lavouras estão bem estabelecidas e com adequado desenvolvimento inicial.

 

Aveia branca - A semeadura avançou em algumas regiões e estagnou em outras, devido às condições de umidade do solo. Nas lavouras implantadas, os agricultores ainda estão efetuando a adubação nitrogenada de cobertura. De maneira geral, o estado fitossanitário das culturas é considerado adequado. De acordo com estimativas da Emater/RS-Ascar, a área ser cultivada com aveia-branca no Estado aumentou em 8,91% em relação à safra passada, devendo atingir 401.273 hectares. A estimativa de produtividade também deve se elevar, em 2,63%, chegando a 2.254 kg/ha.

 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, maior produtora de aveia-branca do Estado, com 106.845 hectares a serem cultivados nesta safra, a semeadura foi finalizada. Nas lavouras em estádio de emborrachamento, os agricultores realizam a aplicação de fungicidas. Na de Santa Rosa, foi efetuada a adubação nitrogenada, e os agricultores aguardam condições climáticas mais favoráveis para realizar a aplicação de fungicidas. Devido à alta umidade do final do período, os produtores estão preocupados com a possibilidade de ocorrência de oídio e ferrugens.

 

Cevada - Segundo informações da Emater/RS-Ascar, a área a ser cultivada com cevada no Estado deve ser de 27.337 hectares, 21,97% a menos do que na safra passada. No entanto, espera-se incremento de 2,65% na produtividade, chegando a 3.198 kg/ha. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, 40% da área prevista (7.630 hectares) foi semeada, e o preço da saca de 60 kg está em R$ 85,00. Na de Ijuí, as lavouras destinadas à indústria cervejeira estão em fase de semeadura e de emergência. Já as destinadas à alimentação animal, encontram-se em início do perfilhamento. Na de Soledade, a área semeada atingiu 100% do total estimado.

 

CULTURAS DE VERÃO

Soja - A colheita está tecnicamente encerrada em todas as regiões, restando algumas poucas lavouras a serem colhidas na região de Ijuí, nas quais a qualidade dos grãos já está decaindo. Nesse período de entressafra, as áreas estão sendo destinadas ao cultivo de forrageiras e de plantas de cobertura. Os agricultores estão planejando a próxima safra, realizando o beneficiamento e a classificação de sementes.

 

Milho - A colheita está em fase final, com poucas áreas a serem colhidas em pequenas propriedades ou lavouras tardias. As baixas temperaturas do período desaceleraram o enchimento de grãos e a maturação, podendo atrasar a conclusão das operações.

 

Arroz - A colheita foi encerrada em todo o Estado. Em algumas regiões, os manejos de entressafra e o preparo do solo foram prejudicados, principalmente, pela umidade elevada do solo.

 

Feijão 2ª safra - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a colheita dos 5.927 hectares está concluída. Na de Ijuí, a colheita avançou pouco e chega a 55,50% da área cultivada, e os grãos apresentam umidade muito acima do ideal, o que acentua as perdas de qualidade. Na de Santa Maria e na de Soledade, a colheita passou dos 90%. A maior parte das áreas remanescentes já se encontra pronta para ser colhida.

 

OUTRAS CULTURAS

Noz-pecã - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, em Cachoeira do Sul, maior produtor de nozes do Brasil, a colheita chegou a 90%, e os rendimentos médios em 1,25 t/ha. Pequenos produtores estão enfrentando dificuldades na limpeza das nozes por não possuírem equipamentos adequados, como máquinas de pré-limpeza.

 

Na região de Soledade, a colheita da noz-pecã está finalizada. Relatos indicam perda de 40% em relação a uma colheita normal, resultado das adversidades climáticas de 2024. O rendimento e a qualidade variaram de acordo com o manejo e a disponibilidade hídrica na fase de enchimento das nozes (dezembro-março). No entanto, de modo geral, a qualidade é satisfatória. O preço pago ao produtor está em R$ 20,00/kg.

 

Erva-mate - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a estimativa de produtividade atual é de 800 arrobas/ha, e o preço de R$ 18,00/arroba na indústria. Na de Passo Fundo, a colheita da erva-mate segue de acordo com a época. O preço praticado no Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho varia de R$ 17,00 a R$ 20,00/arroba. Na região de Machadinho, a erva-mate comum está a R$ 18,00/arroba entregue na indústria, e a Cultivar Cambona a R$ 19,50/arroba. Na região de Mato Castelhano, o preço pago para erva-mate folha para industrialização pelo sistema barbaquá é de R$ 20,00/arroba. O plantio e o replantio de ervais se intensificam, e o preço da muda é de R$ 1,50/unid.

 

Na região de Soledade, a colheita da erva-mate está intensa, pois há maior volume de folhas maduras, fator que confere qualidade ao chimarrão, e os produtores realizam plantios e replantios de mudas. Há tendência de redução de plantios neste ano, em função do cenário da cultura – comercialização do produto e problemas relacionados à mão de obra para as futuras colheitas. São realizados tratos culturais nos ervais, como roçadas e semeadura de plantas de cobertura de inverno. O preço cobrado pelos tarefeiros varia de R$ 6,00 a R$ 8,00/arroba. O preço pago ao produtor varia de R$ 14,00 a R$ 18,00/arroba na Ervateira em Itapuca e Mato Leitão.

 

 

Foto: Lavoura de trigo em São Luiz Gonzaga, foto Divulgação Emater/RS-Ascar
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues

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