CONAB CONFIRMA SAFRA RECORDE NO BRASIL E REDUÇÃO DA PRODUÇÃO NO RS

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirma que o Brasil terá safra recorde de grãos em 2024/25, segundo o seu 12º e último levantamento, divulgado na manhã desta quinta-feira (11), em Brasília. A produção nacional deve alcançar 350,2 milhões de toneladas, aumento de 16,3% ou de 49,1 milhões de toneladas em relação à safra passada. O incremento na produção e produtividade, sobretudo para soja, milho e arroz, aliado ao aumento de 2,3% na área plantada, que agora está projetada em 81,74 milhões de hectares, é atribuído à conjuntura mercadológica favorável e a condições climáticas mais propícias em comparação ao ciclo anterior. Os números oficiais foram apresentados pelo presidente da estatal, Edegar Pretto, em evento com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária).

“Essa supersafra agrícola significa garantia de alimentos para o consumo dos brasileiros, mais exportações e sustentabilidade. Nós registramos recorde na produção de soja, com 171,47 milhões de toneladas; recorde na produção de milho, com 139,70 milhões de toneladas; e recorde na produção de algodão em pluma, com 4,06 milhões de toneladas. Destaque também para a produção de arroz, que está estimada em 12,76 milhões de toneladas, um extraordinário aumento de 20,6% em relação à safra passada”, destaca Pretto.

Neste último levantamento, a produção nacional de grãos teve crescimento de 1,4% ou de aproximadamente 5 milhões de toneladas em relação ao projetado no início de agosto. O maior acréscimo ocorreu no milho, com 2,7 milhões de toneladas a mais, impulsionado pelo bom desempenho das lavouras, clima favorável e expansão da área cultivada. Também foi atualizada a safra de soja, com ajustes na produtividade e na área plantada em alguns estados, entre eles, o Rio Grande do Sul. “Trabalhamos fortemente para aprimorar a inteligência agropecuária da Conab. Hoje apresentamos uma metodologia que representa um avanço importante no uso de sensoriamento remoto, em conjunto com dados de campo, para as estimativas agrícolas”, acrescenta o presidente da Companhia.

No Rio Grande do Sul, a Conab ajustou a previsão de safra para 35,9 milhões de toneladas, 2,6 milhões a mais que a estimativa de agosto. Apesar do aumento, a produção será 7,8% menor que a do ano passado, que ficou em 38,92 milhões de toneladas, e 2,45 milhões de toneladas inferior ao primeiro levantamento do atual ciclo, divulgado em outubro de 2024. Já a área plantada está estimada em 10,61 milhões de hectares, leve redução de 0,1% em comparação ao ciclo anterior.

Mesmo com queda na produção, o estado gaúcho permanece como o quarto maior produtor de grãos do país, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás, que ocupam, respectivamente, o primeiro, o segundo e o terceiro lugar no ranking nacional. “Houve crescimento significativo na produção de arroz e milho no Rio Grande do Sul. Já a soja registrou perdas expressivas devido à estiagem e às altas temperaturas que atingiram o estado”, afirma Pretto.

 

*Situação das culturas de verão no Rio Grande do Sul*

(Os aumentos ou reduções são em relação à safra 2023/2024)

 

Soja – Produção de 16,6 milhões de toneladas, queda de 23,6%. A área cultivada cresceu 1,7%, alcançando 7,1 milhões de hectares. O estado é o 4º maior produtor nacional da oleaginosa, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A colheita já foi concluída. A estiagem e as altas temperaturas provocaram perdas de produtividade, que ficaram em média de 2.342 kg/ha.

Arroz – Produção de 8,7 milhões de toneladas, aumento de 22% e segundo maior volume na série histórica da Conab. A área cultivada cresceu 7,5%, totalizando 968,1 mil hectares. As lavouras foram 100% colhidas sem perdas, com bom padrão produtivo, beneficiadas por clima favorável, alta luminosidade e níveis adequados de água nos mananciais, rios e açudes. A produtividade média ficou em 9.021 kg/ha.

Milho 1ª safra – Produção de 5,43 milhões de toneladas, crescimento de 12%. A área cultivada foi de 715,5 mil hectares, queda de 12,2%. A colheita foi concluída e a produtividade média atingiu 7.590 kg/ha, a segunda maior da série histórica da Conab.

Feijão – Produção de 73,5 mil toneladas, alta de 2,5%. A área cultivada chegou a 42,4 mil hectares, baixa de 12,6%. O feijão-cores 1ª safra somou 17,3 mil toneladas, com produtividade média de 2.404 kg/ha. O feijão-preto 1ª safra totalizou 33,5 mil toneladas e teve produtividade de 1.681 kg/ha. Já o feijão-preto 2ª safra atingiu 22,7 mil toneladas, com produtividade de 1.486 kg/ha.

 

*Situação das culturas de inverno no Rio Grande do Sul**

(Os aumentos ou reduções são em relação à safra 2023/2024)

 

Trigo (safra 2025) – Produção estimada em 3,7 milhões de toneladas, redução de 6,3%. A área cultivada caiu 13,7% e chegou a 1,2 milhão de hectares. A semeadura foi concluída com atraso devido às chuvas intensas, mas sem impactos relevantes na produtividade. Em agosto, 1% das lavouras iniciava o enchimento de grãos, 14% estavam em florescimento e 84% em desenvolvimento vegetativo. As geadas não causaram danos significativos.

Aveia branca – Produção prevista em 950,3 mil toneladas, aumento de 12,8%. A área cultivada cresceu 7,8%, totalizando 384,6 mil hectares, a maior já registrada na série histórica da Conab, impulsionada pela redução da área de trigo e pela busca de preços mais atrativos. 20% das lavouras estão em enchimento de grãos, 35% em florescimento e 45% em desenvolvimento vegetativo. O desenvolvimento é considerado satisfatório, mantendo a produtividade estimada em 2.471 kg/ha.

Canola – Produção projetada em 306,5 mil toneladas, aumento de 58,8%. A área cultivada cresceu 43,7%, totalizando 209,9 mil hectares. As lavouras apresentam bom desenvolvimento, beneficiadas pela ausência de déficit hídrico, e mostram boa recuperação mesmo com baixa insolação em dias chuvosos e geadas de agosto. A colheita já começou em áreas semeadas no início de abril nas regiões das Missões e do Alto Uruguai. O predomínio no campo ainda é de lavouras em floração, mas há áreas em diferentes estágios: vegetativo, enchimento de grãos e início de maturação.

Cevada – Produção deve chegar a 98,2 mil toneladas, redução de 14,6%. A área cultivada caiu 11,4%, totalizando 30,4 mil hectares. A semeadura foi concluída em julho sob condições climáticas favoráveis, e as lavouras apresentam bom desempenho, com tratos culturais, controle de plantas competidoras e adubações nitrogenadas em andamento. Apesar de períodos de alta umidade e geadas de agosto, o impacto na produção foi mínimo, mantendo a produtividade média projetada em 3.230 kg/ha.

Triticale – Produção esperada em 14,3 mil toneladas, aumento de 13,5%. A área cultivada é de 4,8 mil hectares. A semeadura foi concluída em julho, após atrasos iniciais causados por chuvas volumosas nos meses anteriores. A melhora do clima favoreceu o desenvolvimento das lavouras, com chuvas mais leves e temperaturas baixas beneficiando o perfilhamento e a sanidade das plantas. As áreas semeadas em maio já estão em enchimento de grãos, enquanto parte das lavouras de junho atingiu o florescimento, representando 30% do total, e o restante permanece em desenvolvimento vegetativo.

 

*Os números referentes às culturas de inverno ainda estão sujeitos a ajustes nas próximas estimativas (safra 2025/26), pois elas serão acompanhadas até a finalização das colheitas.

 

 

Foto:  Evento na Conab. Crédito: Francisco Stuckert/Conab

Jornalista Catiane Medeiros

 

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