ASSEMBLEIA DE SANTO ÂNGELO, COM EDEGAR PRETTO, DESTACOU A SAÚDE, A EDUCAÇÃO E A AGRICULTURA PARA IMPULSIONAR O DESENVOLVIMENTO

A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES, DA FOME E DA POBREZA EXTREMA TAMBÉM FORAM TEMAS DA ASSEMBLEIA POPULAR DAS REGIÕES DA FRONTEIRA NOROESTE, MISSÕES, NOROESTE COLONIAL E CELEIRO

“A população e os setores produtivos precisam ser tratados com respeito e valorização e não como um atrapalho, pelo poder público”, afirmou o pré-candidato do PT ao Governo do Estado, Edegar Pretto, neste sábado (2) em Santo Ângelo. Ele foi recebido por cerca de 600 pessoas das regiões da Fronteira Noroeste, Missões, Noroeste Colonial e Celeiro.

O encontro, que ocorreu no Campus da Universidade Regional Integrada (URI), marcou a quarta edição das Assembléias Populares Regionais, que estão percorrendo o Rio Grande do Sul, numa grande mobilização que busca ouvir todos os setores econômicos e sociais, para eleger as prioridades de cada área e incluí-las no plano de governo de Pretto.

“O nosso plano de governo está sendo elaborado de forma participativa para que alcance os reais anseios das mais diversas localidades. Todas as propostas estão servindo de base para que tenhamos um governo mais democrático e popular possível, que é a marca das nossas gestões em todos os tempo”, esclareceu o pré-candidato.

Em seu pronunciamento, Edegar Pretto também falou da sua origem na agricultura familiar, ele que é oriundo de Miraguaí, região Celeiro. E agradeceu às lideranças e integrantes de outros partidos que o apoiam e que participaram do evento. “Nós viemos do cabo da enxada, do chão da fábrica, da luta das mulheres, da rebeldia da juventude. Por isso eu tenho uma enorme responsabilidade como pré-candidato. A fome que chegou em Porto Alegre e colocou mais de um milhão de pessoas abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com 273 reais por mês, também é uma realidade no interior do estado”, lamentou, dizendo que por mais pobres que as pessoas sejam, elas só precisam de oportunidade. “Essa será uma das nossas marcas: a de oportunidades”, garantiu.

Em relação à educação, Pretto também pontuou que é preciso respeitar as categorias de trabalhadores do setor e dar atenção aos estudantes, porque existe uma demanda antiga de infraestrutura nas escolas. E criticou a postura do atual governo na área da saúde pública. “Temos um governo que se vangloria de fazer investimentos, mas que quer retirar mais de R$ 300 milhões de hospitais que dependem dos valores para salvar vidas”, relatou ao lembrar que o Programa Assistir vai impactar 56 hospitais, com redução de repasses do Estado. “Durante a visita que fiz hoje ao Hospital de Santo Ângelo eu disse que os nossos governos sempre investiram em saúde pública, porque o governo Tarso foi o último que cumpriu os 12% de repasses, previstos em lei.”

Além das 10 assembleias populares presenciais, que estão sendo realizadas para dialogar com as comunidades, a população gaúcha também pode contribuir com o plano de governo de Edegar Pretto através da Decidim Povo, que pode ser acessada em www.decidimpovo.com.br. É uma plataforma digital que permite o envio de opiniões e sugestões à coordenação que está trabalhando no plano.

 

Conheça as demandas apresentadas pelos setores

O modelo de participação popular adotado nas assembleias é o de ouvir um representante de cada segmento que predomina na região. O professor da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Cerro Largo, Benedito Silva Neto, falou da desigualdade social concentrada em algumas regiões gaúchas e que o estado precisa retomar o protagonismo. “A região das Missões sempre foi marginalizada. Precisamos de políticas que fortaleçam a industrialização e a agricultura familiar. Temos estruturas institucionais que devem ser repensadas, como a Emater e a extinta Secretaria de Desenvolvimento Rural”, sugeriu.

A dirigente sindical da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), Cleonice Back, falou sobre a importância da fatia  econômica e social que a agricultura familiar representa para o estado, 293 mil estabelecimentos e 27% da economia. Relembrou dos incentivos e políticas criadas para o setor, pelos governos Lula e Dilma, e destacou as necessidades enfrentadas atualmente. “Estamos numa das piores crises de produção de alimentos, por falta de políticas públicas. Podemos acabar com a fome, com incentivos à produção”, apontou, defendendo ainda a criação de um fundo nacional para a agricultura familiar, a retomada do plano safra gaúcho e de políticas para a juventude seguir no campo, com emprego e renda.

Os desafios da construção da igualdade de gênero e a situação das camponesas foram abordados por Lisiane Cunha, agricultora ecologista e ativista do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Ela expressou indignação pelo aumento da violência contra as mulheres, meninas e população LGBTQIA+. Para Lisiane, “o desmonte da agricultura familiar também afeta a vida das mulheres, que perdem a autonomia financeira”. Ela defendeu ainda os territórios indígenas e quilombolas, e criticou o uso abusivo de venenos nas lavouras, o que atinge também a produção orgânica em áreas vizinhas. “O estado precisa de um programa robusto para a agroecologia. A fome dói e a fome tem pressa. Chega de veneno no nosso prato”, protestou.

Mário José Puhl, que é mestre em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania, defendeu que um projeto para a retomada do desenvolvimento tenha como norte a inovação tecnológica com crescimento econômico e fomento social, mas com referência na sustentabilidade. Segundo ele, isso também passa pela infraestrutura, como ligações asfálticas e melhoria nas estradas, inclusive com a retomada da pavimentação em rodovias de acesso às agroindústrias. “Precisamos fazer as pequenas coisas, as pequenas obras, mas fazermos bem feito, para a melhoria da qualidade de vida”.

A educação e a valorização dos profissionais da área foi abordada pelo diretor da Escola CIEP de Cruz Alta, Rudinei de Moraes Marques. “Necessitamos de autonomia nas coordenadorias regionais para que elas possam ter liberdade de discutir o projeto pedagógico, valorizando cada espaço e cada comunidade, porque cada lugar tem uma especificidade diferente. Também precisamos de ações contra a fome e a desigualdade, e discutir as potencialidades de cada região”.

O espaço de falas também foi aberto a outros movimentos, representantes de trabalhadores de diversos setores produtivos. Entre os temas abordados, foi destacado o incentivo ao ódio por parte de integrantes do governo federal, o que culmina com o aumento da violência. A volta do Brasil ao mapa da fome também  apareceu como um dos principais pontos de preocupação.

Sobre saúde pública, foi referida a importância de valorizar e destinar recursos ao SUS, com olhar especial ao Programa de Saúde da Família. A região ainda tem uma grande demanda de atendimentos represados, como consequência da pandemia. Também houve solicitação de atenção ao abandono que a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) vem sofrendo nos últimos anos; à valorização do piso regional, que além de garantir renda, possibilita movimentar a economia; o descaso com as categorias de professores e funcionários de escolas; e as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas; entre outros.

Também estiveram presentes na assembleia de Santo Ângelo, o deputado federal, Elvino  Bohn Gass; o deputado estadual, Jeferson Fernandes; o vereador de Santo Ângelo, Gilberto Corazza (PT); pré-candidatos aos parlamentos estadual e federal, o coordenador da Regional Missões do PT, Manoel Jarcedí Jacques Terra e o presidente do PT de Santo Ângelo, Adelmo Correa Fonseca.

Além de Santo Ângelo, já foram realizadas assembleias populares regionais em São Leopoldo, Pelotas e Sant’Ana do Livramento. Confira o calendário das próximas:

 

07.07 – Porto Alegre, 19h

09.07 – Passo Fundo, 9h

15.07 – Osório, 19h

16.07 – Santa Cruz, 9h

16.07 – Santa Maria, 15h

23.07 – Caxias do Sul, 9h

 

Assembleia Popular em Santo Ângelo. Foto - Rafael Stedile

 

 

Assessoria de Comunicação

Edegar Pretto (PT)

Fotos - Rafael Stedile

 

 

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