INSUFICIÊNCIA DE CHUVAS PODE COMPROMETER PRODUTIVIDADE DA SOJA
REPRESENTANDO UM DECRÉSCIMO DE 30,52% NA ESTIMATIVA INICIAL
Mais uma vez houve insuficiência de chuvas na maior parte do Estado, entre 13 e 19/03, o que, nesta reta final de produção, pode comprometer o enchimento de grãos e consequentemente a produtividade. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (23/03), no aspecto visual houve um rápido aumento na coloração amarelada das lavouras, indicando os estágios finais de ciclo.
Entretanto, a maturação das lavouras apresenta-se de maneira desuniforme, sendo observadas, em uma mesma planta, vagens secas, prestes a abrir e a perder os grãos por debulha natural, bem como vagens completamente verdes com grãos ainda em pleno crescimento. Em parte das lavouras em maturação é observada a retenção foliar, com elevado número de folhas secas aderidas a planta, dando aspecto de maturação forçada devido à baixa umidade nos solos.
A colheita teve prosseguimento e alcançou 4% da área cultivada. No entanto, a maior parte da cultura encontra-se em enchimento de grãos (52%) e em maturação 30%. Outros 12% estão em fase de floração. As lavouras colhidas ainda apresentam resultados entre 300 e 3.000 kg/ha, mantendo a grande amplitude da safra.
A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade está estimada em 2.175 kg/ha, representando um decréscimo de 30,52% na estimativa inicial.
MILHO
Houve prosseguimento na colheita, mas em ritmo mais lento no período, pois a atenção dos produtores e parte da logística estavam envolvidas com a mesma operação na cultura de soja. O índice alcançou 74%, e estão em maturação 10% dos cultivos. Outros 8% estão em enchimento de grãos; 5% em floração e somente 3% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Os resultados permaneceram variáveis, conforme a irregularidade na distribuição de chuvas durante os meses de verão, mas, de forma geral, são satisfatórios apenas no Quadrante Nordeste do Estado.
A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares. A produtividade está estimada em 4.440 kg/ha, representando redução de 39,49% em relação à projeção inicial.
ARROZ
A colheita avançou 15% no período, alcançando 34% da área cultivada. A celeridade no avanço foi proporcionada pelo período seco ou com chuvas pontuais e breves em algumas regiões. As lavouras em maturação representam 50%, 14% em enchimento de grãos e em florescimento 2%.
De modo geral, em relação à média das últimas cinco safras, há um pequeno atraso nas fases, que pode ser decorrente de alguns atrasos na implantação e da ocorrência de frio no início do desenvolvimento vegetativo.
As produtividades são satisfatórias, com exceção das lavouras em que a irrigação foi insuficiente ao longo do ciclo de cultivo. A área cultivada é de estimada em 889.549 hectares. A produtividade estimada é de 7.744 kg/ha, representando uma redução de 5,86% na projeção inicial.
FEIJÃO
A área cultivada em 1ª safra é de 31.449 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à estimativa inicial.
A área destinada ao cultivo é de 20.127 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.376 kg/ha.
OLERÍCOLAS
Na região de Soledade, após ocorrência de chuvas irregulares, observa-se a retomada da produção de algumas culturas mais rústicas que permaneceram vegetando, apesar das condições climáticas muito desfavoráveis. Os produtores relatam a colheita de vagem e tomate cereja, que, embora em pouca quantidade, proporcionam aumento da variedade da alimentação das famílias.
Nas culturas mais tenras e com maior exigência de água, como alfaces e rúculas, os produtores esperam a diminuição da temperatura do ambiente e a maior umidade do solo para iniciar o cultivo. Os olericultores iniciam o preparo das áreas destinadas ao plantio por meio da adubação orgânica, da escarificação ou revolvimento manual e construção de canteiros.
Por causa das altas temperaturas e da falta de umidade, ainda não é possível fazer a semeadura ou o transplante de mudas, principalmente para aqueles que não têm água para irrigar.
FRUTÍCOLAS
Na região de Ijuí, a colheita de nozes foi iniciada, embora a área de cultivo seja pouco representativa. Os produtores realizam a comercialização diretamente nas padarias e confeitarias.
Com relação à cultura do morangueiro, segue a poda e limpeza das plantações de segundo ano e nas de primeiro ano apresentam bom pegamento com mudas provenientes da Espanha, já emitindo folhas novas. A cultura do pessegueiro apresenta queda acentuada de folhas devido à estiagem.
PREVISÃO DO TEMPO
A próxima semana será úmida, e ocorrerão chuvas significativas no RS. Nesta quinta-feira (23/03), a aproximação de uma área de baixa pressão vai provocar chuva na maioria das regiões, com possibilidade de temporais isolados. Na sexta (24/03), a presença de uma massa de ar quente e úmido manterá a temperatura elevada, com grande variação de nuvens e possibilidade de pancadas isoladas de chuva, especialmente no Oeste e Noroeste.
No sábado (25/03), o deslocamento de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de novos temporais. No domingo (26/03), o ingresso de ar seco afastará a nebulosidade da maioria das regiões, mas ainda ocorrerão chuvas isoladas na Metade Norte. Na segunda (27/03), a presença de uma massa de ar seco manterá o tempo firme e as temperaturas amenas em todo o Estado. Na terça (28/03) e quarta-feira (29/03), o ingresso de ar úmido provocará maior variação de nuvens, com períodos de céu encoberto e possibilidade de chuvas isoladas em todas as regiões.
Os totais esperados deverão oscilar entre 20 e 40mm na maioria dos municípios do RS. Na Fronteira Oeste, Planalto, Vales do Taquari e Rio Pardo, Região Metropolitana, Serra do Nordeste e Litoral Norte, os volumes simulados são mais elevados e deverão oscilar entre 45 e 65mm.
Crédito: Vanessa Almeida de Moraes
Acesse o Informativo Conjuntural completo em https://bit.ly/3LM3B3m
Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar
Jornalista Taline Schneider