UMIDADE NO SOLO FAVORECE PLANTIO DA ERVA-MATE

DEMAIS CULTURAS DE INVERNO NO LEVANTAMENTO DA EMATER

Típica do Sul do Brasil, a cultura da Erva-Mate segue sendo implantada no Rio Grande do Sul, com mais de 80% dos plantios já devidamente concluídos. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (20/07), na região de Soledade, as chuvas abundantes e recorrentes têm prejudicado as atividades de manejo dos ervais, porém favorecem o enraizamento das mudas recentemente plantadas. Mesmo com a recorrência de precipitações, observou-se uma intensificação das atividades de colheita da erva-mate. Contudo, os produtores adotam cuidados específicos durante a colheita e a poda, com o objetivo de evitar danos aos brotos novos, decorrentes da incidência de geada, que serão colhidos posteriormente, nos meses de outubro e novembro. Em relação aos aspectos fitossanitários, os produtores gaúchos antecipam um eficiente manejo das plantas daninhas presentes nos ervais, visando garantir um ambiente propício ao crescimento saudável da erva-mate.

Na região de Passo Fundo também foi observado intenso plantio a campo, aproveitando as condições favoráveis de umidade nos solos e temperaturas amenas. Houve continuidade nas atividades de colheita e industrialização, porém em menor volume, quando comparado ao ano de 2022. Os preços praticados na região foram os seguintes: erva-mate folha (entregue na indústria), R$ 19,00 por arroba; erva-mate folha – Cultivar Cambona 4 (entregue na indústria), R$ 20,00 por arroba; muda de erva-mate (unidade), R$ 1,50 a R$ 2,30; e erva-mate cancheada (até 20% de palito), R$ 5.000,00 a tonelada.

 

FRUTÍCOLAS E OLERÍCOLAS

Pêssego - A implantação de novos pomares de pêssego na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, substituindo aqueles em final de ciclo produtivo, está ocorrendo nas áreas produtoras, onde o florescimento precoce de algumas cultivares, como Esmeralda e Maciel, preocupa os produtores, pois, se ocorrerem geadas intensas em agosto ou setembro, haverá danos nos frutos em formação e em desenvolvimento. O ciclone extratropical ocasionou danos e ferimentos nos ramos e galhos dos pessegueiros mais expostos aos fortes ventos, principalmente em razão da localização dos pomares, gerando custos extras para os produtores pelos serviços de poda, que por planta estão entre R$ 2,00 e R$ 2,30/hora de trabalho. No decorrer de julho, intensifica-se essa atividade, e sua previsão de término é em agosto. Os produtores, uma vez realizada a poda dos pessegueiros, devem proceder aos tratamentos de inverno, auxiliando na cicatrização dos ferimentos. Paralelamente, seguem as manutenções nos pomares, como as roçadas, que mantêm limpas todas as áreas internas, as estradas e as entrelinhas.

Os ventos do ciclone extratropical também atingiram a produção de banana no Litoral Norte do Estado, o que poderá gerar forte impacto na produtividade nos próximos meses. Há previsão de redução de oferta, além de problemas na aparência e no sabor, devido às temperaturas baixas e à nebulosidade alta. Houve reflexo na cotação, que sofreu elevação: banana Prata de primeira está a R$ 3,20/kg e de segunda, a R$ 2,03/kg; Caturra de primeira está a R$ 1,80/kg e de segunda a R$ 1,17/kg.

 

SAFRA DE INVERNO

Trigo - A semeadura evoluiu para 95% da área projetada, estimada em 1.505.704 hectares, e está próxima de ser concluída. Foi possível dar continuidade ao plantio, apesar de o solo apresentar umidade ligeiramente acima do nível adequado. No entanto, as lavouras semeadas nos dias que antecederam às fortes chuvas sofreram danos, como erosão do solo e escorrimento superficial, principalmente em áreas de convergência de terrenos e nas zonas de maior tráfego de maquinário. Houve carreamento de solo, fertilizantes e sementes, porém não será necessário replantar essas áreas.

Técnicos da Emater/RS-Ascar indicam que o estabelecimento inicial da cultura do trigo no Estado é superior ao das safras 2021 e 2022, e o desenvolvimento inicial se encontra altamente satisfatório, mesmo em períodos de pequena insolação. Nas lavouras em estágio mais avançado de desenvolvimento, especialmente nas fases próximas ao perfilhamento, o movimento de sedimentos e palhas foi menor e restrito a espaços pontuais. Os ventos fortes não representaram grandes preocupações para a cultura, visto que as plantas estão em estágio inicial de crescimento, com porte reduzido. Entretanto, algumas lavouras mais precoces e densamente plantadas nas bordaduras apresentaram algum acamamento.

Aveia branca - A semeadura nos 365.081 hectares estimados para esta safra foi tecnicamente encerrada. As lavouras se apresentam bem estabelecidas, e as plantas se encontram em estágios mais avançados do que a cultura do trigo. Esse fator contribuiu para reduzir o impacto das chuvas no solo, minimizando o escorrimento superficial nas áreas cultivadas. No entanto, em locais onde os ventos foram mais fortes, o porte mais elevado das plantas favoreceu o acamamento. Em parte das lavouras, a colheita de grãos foi inviabilizada e, portanto, utilizada para forragem animal ou apenas como planta de cobertura de solo.

Canola - A semeadura nos 67.219 hectares cultivados no RS foi finalizada. Em geral, houve estabelecimento inicial adequado e distribuição satisfatória de plantas por metro linear, fatores esses essenciais para obter bom desenvolvimento e produtividade na cultura. No período, as chuvas e os ventos fortes ocasionaram estragos pontuais, que estão sendo avaliados.

Cevada – Com projeção de cultivo de 35.899 hectares para esta safra, a semeadura da cevada está em finalização. Restam pequenas áreas onde as condições meteorológicas no período não permitiram a operação. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a semeadura foi concluída e as lavouras estão em estágio vegetativo, com desenvolvimento considerado satisfatório. No entanto, no período, foi observado o acamamento de algumas áreas, o que pode impactar negativamente a produtividade e a qualidade da cultura.

CULTURAS DE VERÃO - As culturas de verão estão em entressafra. Durante este período, os preços dos grãos podem ser acompanhados no documento Cotações Agropecuárias, elaborado pela Emater/RS-Ascar/ Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.

 

 

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues

 

 

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