COLHEITA DO TRIGO NO RS SE APROXIMA DO FINAL
DEMAIS CULTURAS, PASTAGENS E HORTIGRANJEIROS
O tempo seco dos últimos dias propiciou avanços na colheita do trigo, a qual se encontra próxima da conclusão, com 98% da área cultivada no RS já colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (30/11) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), restam áreas a serem colhidas a Sul e Nordeste do Rio Grande do Sul, devido à prática de semeadura mais tardia nessas regiões. Já mais a Oeste e Noroeste do Estado, a operação já foi concluída A qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, indicado no zoneamento agrícola.
A área cultivada de trigo totalizou 1.516.236 hectares. A produtividade estimada atualmente indica rendimento de 2.164 kg/ha, representando redução de 28,38% em relação à projeção inicial. Nos demais grãos de inverno, como aveia branca, cevada e canola, as colheitas foram encerradas e as culturas estão em entressafra.
Das culturas de verão, a soja tem o plantio intensificado, favorecido pela diminuição das precipitações e o aumento do número de dias ensolarados. A área semeada atinge 50%. Contudo, persiste a defasagem em comparação com a safra anterior, que, na mesma época, já havia implantado 70% e, na média dos últimos cinco anos, alcançado 75% da área projetada. Há preocupação por parte dos produtores em relação ao atraso, que pode impactar negativamente a produtividade, além de impossibilitar a implementação de um plantio escalonado, que facilitaria os manejos culturais subsequentes.
Em relação ao aspecto fitossanitário das áreas semeadas com soja, em algumas regiões constataram-se sintomas de doenças de solo, como o damping off (tombamento e morte das plântulas por apodrecimento), em parte das lavouras semeadas no período anterior, demandando a necessidade de replantio.
O aumento de horas de sol também foi altamente benéfico para as lavouras de milho em todas as fases de desenvolvimento. De maneira geral, houve melhoria no aspecto visual das lavouras e na coloração das plantas, indicando a redução do estresse, provocado pelo excesso de umidade em áreas de relevo plano. A semeadura do milho prossegue, mas a área semeada, atualmente com 85% da área prevista para esta safra, evoluiu pouco em função da priorização da operação na cultura da soja.
Em termos fitossanitários, há preocupação com controle da cigarrinha e com o aumento na incidência de bacterioses e enfezamento do milho. Nas lavouras mais afetadas, as plantas estão morrendo antes do completo enchimento dos grãos, resultando em prejuízos na produtividade. As espigas, ainda verdes, não se mantêm eretas como o habitual e gradualmente se curvam, interrompendo a circulação de seiva entre os colmos e os grãos. A incidência de doenças e pragas enfraquece o colmo, levando à queda das plantas.
FRUTÍCOLAS
Melancia - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os produtores de melancia de Alegrete enfrentam grandes dificuldades devido às constantes chuvas. Houve relatos de necessidade de replantio de grandes áreas e problemas para realização dos tratos culturais relativos à proteção das plantas com fungicidas. Em Quaraí, as lavouras de melancia estão apresentando boas condições de desenvolvimento, porém as chuvas constantes também estão favorecendo a presença de ervas daninhas em altas infestações.
Morango - Na região administrava da Emater/RS-Ascar de Lajedo, em Bom Princípio, a cultura, que já havia recuperado, em parte, a produção, novamente sofreu danos pela chuva intensa que ocorreu em 17 e 18/11, quando houve muitos prejuízos causados pelas enchentes, que deixaram as lavouras momentaneamente submersas. Além disso, ainda ocorreu queda de granizo em algumas localidades, que destruiu e danificou os plásticos e estruturas das estufas, e a correnteza do rio arrancou estufas e túneis baixos e os sistemas de irrigação. Nesta época, quando acontece a transição dos plantios a campo para as culturas de verão, o morango dá espaço para outros cultivos, como melão, abobrinha, abóbora, pimentão, entre outras. O preço do morango tem variado bastante, mas, para os produtores que possuem clientes fixos durante o ano, o preço varia entre R$ 15,00 e R$ 18,00/kg. Já na região de Santa Rosa, as plantas emitem menos flores e aumenta a podridão de frutos devido a doenças fúngicas causadas pela umidade. O preço é de R$ 25,00/kg.
PASTAGENS E CRIAÇÕES
As forrageiras anuais de verão demonstraram avanço no seu crescimento. No entanto, persistem os desafios relacionados à rebrota, especialmente nos momentos de pisoteio dos animais em dias de elevada umidade, e ao arranquio de plantas nas áreas de primeiro pastejo, onde o enraizamento é mais superficial. Em contrapartida, as forragens perenes de verão destacam-se pelo notável desenvolvimento e pela produção consistente de massa verde.
APICULTURA - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as condições sanitárias dos enxames são satisfatórias, sem relatos da presença de abelhas mortas. Apesar da redução das chuvas, os apicultores observaram uma diminuição na entrada de néctar nas colmeias. O aumento nas floradas ainda não proporciona nutrição suficiente aos enxames, e ventos fortes constantes têm causado a queda de flores. Na de Ijuí, a semana foi marcada por pouca chuva e dias ensolarados, favorecendo o trabalho das abelhas operárias. Contudo, a baixa florada dificultou a produção de mel. Na de Pelotas, em Arroio Grande, o tempo quente favoreceu a floração abundante, elevando as expectativas de produtividade apícola. Já em Cerrito, o fim da florada de primavera resultou em uma safra quase nula de mel. Em Pelotas, os enxames estão em boa condição, mas a previsão aponta para uma colheita mínima ou inexistente nesta primavera.
PISCICULTURA - Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a redução das chuvas e o aumento da temperatura ambiente proporcionaram condições climáticas mais propícias ao desenvolvimento do fito e zooplâncton nos viveiros, impactando positivamente a atividade em comparação aos últimos 60 dias. Na de Ijuí, os produtores seguem as atividades de alimentação dos peixes e preparo para despescas. No município de Ijuí, está sendo planejada a feira de peixe vivo, que ocorre na primeira semana de dezembro.
PESCA ARTESANAL- Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, na bacia da Lagoa Mirim, o período de defeso estende-se até 31/01/2024. No município de Pelotas, a comercialização de pescado continua, e há disponibilidade de estoques em feiras, também na forma de filés, embora haja registros de baixo volume de captura de corvina. Em Tavares, destaca-se a captura de linguado na Lagoa dos Patos. A Lagoa do Peixe permanece sem atividade pesqueira, e cabos de rede são utilizados para capturar tainha e papa-terra. Os níveis de água do Rio Jaguarão e da Lagoa Mirim voltaram a subir. Em Jaguarão, a colônia de pescadores recebeu cestas básicas.
Foto: José Schafer, da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues